Constelação familiar é tema de palestra na Escola da Magistratura
Técnica é utilizada para solucionar conflitos judiciais; assunto foi debatido por juízes, advogados, mediadores e conciliadores, nesta terça-feira (19)
Evento foi realizado na noite desta terça (19), no auditório da Esmal. Foto: Cristiano Soares
A Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal) promoveu, na noite desta terça-feira (19), palestra sobre constelação familiar, técnica que vem sendo utilizada na resolução de conflitos no Judiciário. Criado pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, o método consiste em ouvir as partes e coletar informações que permitam ao conciliador descobrir a origem dos problemas.
De acordo com a palestrante Adhara Campos, voluntária do projeto "Constelar & Conciliar", a técnica vem se expandindo nos estados e no Distrito Federal. "Os estados da Bahia, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Alagoas já fazem uso desse instrumento, que é mais uma espécie de pré-mediação. As questões emocionais que estão por trás da demanda judicial são trabalhadas de forma terapêutica", explicou.
Ainda segundo Adhara Campos, a constelação familiar pode ser feita em grupo ou de forma individual. "Nesse casos são tratadas questões mais delicadas, como abuso e estupro. Já nos grupos trabalhamos temas como conflitos entre casais, guarda e divórcio. É algo interessante porque muitas vezes as partes abrem mão daquele processo e fazem uma composição mais amigável".
Em Alagoas, a técnica vem sendo utilizada, há cerca de um ano, na 2ª Vara de União dos Palmares, que tem à frente o juiz Yulli Roter Maia. Segundo o magistrado, que também proferiu palestra na Esmal, os resultados obtidos na unidade são positivos, com índices de acordo acima de 90%.
"Na constelação, a gente soluciona o conflito em si. O processo judicial tem um objeto, mas não necessariamente esse objeto é o conflito que a pessoa possui. Esse conflito, por vezes, vem com o indivíduo há muito tempo, muitas vezes é alguma emoção passada pelos familiares que a pessoa não identificou e a constelação é capaz de fazer isso", ressaltou.
Para o magistrado, é importante que outras unidades de Alagoas passem a usar a técnica com o objetivo de reduzir as demandas judiciais. "É um método de fácil percepção que vai trazer muitos ganhos se for utilizado por mais colegas", afirmou.
O evento foi realizado pela JurisBrasil Educação Jurídica e pelos Institutos Estelar e Ser Luz. Participaram magistrados, promotores, advogados, mediadores e conciliadores, estudantes de Direito e outros interessados no assunto.
De acordo com o diretor da JurisBrasil, Hermann Braga, o Poder Judiciário deve fazer uso de ferramentas multidisciplinares para solucionar os conflitos. "E não há ferramenta mais completa nesse sentido do que a constelação familiar. Antes de olhar o problema, o magistrado precisa ver que por trás dessa questão existem dramas humanos e conflitos emocionais. O Judiciário precisa despertar para isso".
Diego Silveira - Dicom TJ/AL
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