Esmal 01/09/2016 - 14:38:54
Esmal leva palestra sobre bullying e violência na escola para estudantes do Tabuleiro do Martins
Jovens muitas vezes não têm consciência do sofrimento que estão causando aos seus colegas, afirmou a pedagoga Lavínia Galindo

Palestra ocorreu nesta quinta (1º), na Escola José Haroldo da Costa. Palestra ocorreu nesta quinta (1º), na Escola José Haroldo da Costa. Foto: Anderson Moreira

    Apesar de o termo bullying não ter sido sequer traduzido para a língua portuguesa, o comportamento que a palavra resume é bastante conhecido dos estudantes brasileiros. Pesquisas demonstram que, no Brasil, sete em cada dez alunos de escolas públicas e particulares já viram, pelo menos uma vez, um colega ser maltratado no ambiente escolar. Procurando combater essa cultura da violência, o projeto Cidadania e Justiça na Escola (PCJE), da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), levou, nesta quinta (1º), o debate sobre o tema para cerca de cem estudantes da Escola Doutor José Haroldo da Costa, no bairro Tabuleiro do Martins, em Maceió. 

    Palestrante convidada pelo PCJE para conversar com os estudantes, a pedagoga Lavínia Suely Dorta Galindo usou exemplos do cotidiano para se aproximar da realidade dos alunos, que frequentam o 8º e o 9º ano na escola. De acordo com ela, o bullying pode ser compreendido como a atitude agressiva intencional e repetitiva, seja ela verbal ou física, que ocorre sem motivação evidente e é exercida por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia para outra pessoa. 

    Lavínia Galindo explica também que muitas vezes esses comportamentos de intimidação e agressão são feitos de uma forma tão naturalizada que os estudantes não se dão conta de que estão cometendo o bullying. “O combate à violência na escola deve ser feito a três mãos, sendo elas as dos pais, a da escola e a da justiça. É através da conscientização dos estudantes que podemos fazer com que os estudantes sejam inseridos nesta tríade, transformando-os em parceiros no combate ao bullying”, argumenta. 

    A vice-diretora da escola, Eliene Alves, concorda com a pedagoga. “Muitas vezes a criança não tem noção do sofrimento que as ações que elas consideram brincadeiras causam aos colegas. Receber palestras desse tipo faz com que eles reflitam sobre o assunto e, eventualmente, mudem de comportamento”. 

    A prática da violência no ambiente escolar, segundo Lavínia Galindo, é resultado de diversos fatores. Ela pode ser reflexo da violência vivenciada no âmbito familiar, mas também pode ser fruto do próprio mundo social, que a cada dia está mais complexo e hostil para crianças, jovens e adultos.

    Samuel Lima Ferreira, de 14 anos, é um desses jovens que não percebiam o quanto suas atitudes poderiam machucar os colegas. Ele assume que já foi, em diferentes situações de bullying, tanto vítima quanto agressor. Depois da palestra que assistiu, Samuel  promete: “bullying nunca mais”.  

A palestrante 

    Lavínia Suely Dorta Galindo é graduada em Direito pela Faculdade Estácio de Alagoas e em Letras pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal). É mestre em Psicanálise da Educação e Saúde e especialista em Psicanálise Aplicada à Educação e Saúde. 

Carolina Amâncio - Esmal TJ/AL
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