Esmal 05/12/2016 - 14:26:19
Mediadores recebem capacitação para atuar em bases comunitárias
Treinamento para utilização de formulário próprio para a mediação ocorreu na manhã desta segunda-feira (5), na Escola da Magistratura

Juiz Maurílio Ferraz apresentou a ferramenta aos mediadores. Juiz Maurílio Ferraz apresentou a ferramenta aos mediadores. Foto: Caio Loureiro
Mediadores recebem capacitação para atuar em bases comunitárias

    Mediadores que atuarão em bases comunitárias receberam treinamento, nesta segunda-feira (5), na Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal). A capacitação abordou a utilização do sistema operacional de mediação, que contém formulário próprio, onde todas as informações a respeito dos conflitos serão inseridas.

    Os mediadores foram selecionados pela Câmara de Monitoramento de Segurança e são representantes de diversos segmentos, como advogados, policiais civis, militares, guardas municipais, representantes da área social, religiosa e da própria comunidade, que atuarão com o objetivo de auxiliar na resolução de conflitos que apareçam nas bases comunitárias de Maceió.

    “Nós entrevistamos todos eles, conhecemos a todos e, a partir de hoje, vão receber esse formulário eletrônico e a Câmara vai monitorar a atividade de cada mediador em sua respectiva base comunitária”, explicou o juiz Maurílio Ferraz.

    A plataforma onde está disponível o formulário para mediadores poderá ser acessada no site do Tribunal de Justiça (TJ/AL). A apresentação foi feita pelo magistrado juntamente com a equipe da Diretoria de Tecnologia da Informação do TJ/AL (Diati).

Mediação nas comunidades

    Os problemas mais recorrentes com os quais os mediadores terão que lidar envolvem discussões familiares ou entre vizinhos, conflitos por som alto, bebedeiras, entre outros de menor potencial ofensivo.

    Para a tenente da PM Dayana Queiroz, a questão da mediação de conflitos é fundamental para as comunidades. Por isso, cerca de 30 polícias de bases comunitárias, do Colégio da Polícia Militar e do Batalhão Escolar participaram da capacitação com o objetivo de atuar como mediadores e repassar o que foi aprendido aos outros policiais.

    “É um compromisso nosso para que esses policiais possam multiplicar esse conhecimento junto aos outros colegas de trabalho. E se a gente não consegue lidar com o conflito no dia a dia, ainda no início, pode evoluir para uma situação de agressão, talvez até de um homicídio. Então, a gente realmente precisa trabalhar esses conflitos ainda em sua origem”, comentou Dayana Queiroz.

    De acordo com a tenente, conflitos dessa natureza são comuns para os profissionais que trabalham em bases comunitárias, e possuir uma capacitação adequada vai auxiliar na resolução dos problemas.

    “A Polícia Militar fica muito satisfeita com a oferta do Tribunal de Justiça em nos capacitar na mediação e conciliação de conflitos, porque é uma situação que a gente lida no cotidiano. E são assuntos que ocupam e trazem uma demanda muito grande. Então, nos trazer essa oportunidade de saber conduzir de uma forma pacífica os conflitos é muito interessante”, destacou.

Rede de mediadores

    A finalidade é que em breve haja uma rede de mediadores em Alagoas, com profissionais voltados para a área de segurança pública. O órgão responsável por controlar e avaliar as informações geradas é a Câmara de Monitoramento de Segurança, fornecendo assim, uma base de dados estatísticos para o desenvolvimento de soluções.

    “Essas informações vão servir, posteriormente, para a área de segurança pública do estado de Alagoas e para o Poder Judiciário, a ter estatísticas para planejar e fazer um raio-x daquela comunidade, sabendo qual o tipo de problema mais recorrente. Nós temos muitos dados que demonstram que quando entram em cena mediadores capacitados, naquele ambiente há um convívio saudável. É muito mais barato, civilizado, produtivo”, disse o magistrado Maurílio Ferraz.

    Para a Justiça, a resolução desses conflitos ainda nas bases comunitárias é benéfica, pois não gera processos desnecessários. “Além disso, nós ficamos livres de um processo, cada mediação feita na base comunitária alivia o Poder Judiciário, mas o mais importante é a conscientização desses mediadores de que eles vão produzir outros mediadores”, ressaltou.

Graziela França - Dicom TJ/AL
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