Juíza Carolina Valões ministra palestra sobre violência doméstica para alunos da rede pública
Ação do PCJE reuniu cerca de 200 jovens da Escola Municipal Antídio Vieira nesta quarta-feira (23)
Juíza Carolina Valões ministrou palestra para alunos da rede pública. Foto: PCJE
Três em cada 10 mulheres nordestinas sofreram pelo menos um episódio de violência doméstica ao longo da vida. Os dados são do relatório da pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar, idealizada pela Universidade Federal do Ceará (UFC), no ano de 2016. Com o intuito de enfrentar esse cenário, o tema foi discutido na palestra ministrada pela juíza Carolina Valões, nesta quarta-feira (23), na Escola Municipal Antídio Vieira.
Cerca de 200 alunos do 5º ao 9º ano do ensino fundamental participaram do debate promovido pelo Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE), eixo de atividades da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal). Durante a palestra, os jovens foram instruídos pela magistrada Carolina Valões sobre as diferenças entre violência psicológica, verbal e física.
“A importância de falarmos sobre a violência doméstica aos alunos da rede pública reside, primordialmente, em esclarecer as diversas formas de violência constantes da Lei Maria da Penha e o que podemos fazer para rompermos esse ciclo de agressão”, afirmou a juíza.
Os dados que integram a pesquisa feita pela UFC em todas as capitais nordestinas revelam 55,2% das mães que sofreram agressões físicas afirmaram que os filhos testemunharam o episódio ao menos uma vez.
“Nem toda a mulher tem coragem de denunciar o agressor porque tem medo que aconteça algo pior. Eu, por exemplo, sou pequeno e não conseguiria defender a minha mãe se ela fosse agredida fisicamente. Mas aprendi que posso procurar ajuda para que isso não aconteça”, contou o jovem Luiz Fernandson Rocha, de 16 anos.
Visando promover o diálogo com os estudantes das escolas públicas do estado, os jovens tiveram a oportunidade de fazer perguntas, conversar com os servidores do PCJE e receber orientações da juíza sobre como se comportar diante de situações violentas e hostis dentro de casa.
“Percebemos que muitos alunos presenciam situações de violência em casa e não tem coragem para conversar com conselheiros tutelares ou com professores. Na atividade de hoje, eles se sentiram confortáveis para contar sobre experiências violentas no ambiente familiar para a juíza Carolina Valões”, ressaltou a servidora do PCJE Ana Valéria Moura Pitta.













