Feminismo e mercado de trabalho é tema debatido na Bienal do Livro
Magistrada Lígia Mont Alverne e a servidora Andrea Santa Rosa conversaram com o público sobre o machismo velado e sororidade
Juíza Lívia Mont Alverne e a servidora Andrea Santa Rosa conduziram os debates sobre feminismo. Foto: Anderson Moreira
O tema “Feminismo: os desafios das mulheres no ambiente de trabalho” movimentou, nesta sexta-feira (8), o estande da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal) e da Associação Alagoana de Magistrados (Almagis). A juíza Lígia Mont Alverne e a servidora Andrea Santa Rosa conversaram com o público sobre a existência do machismo velado no mercado de trabalho e a importância da sororidade.
Para a juíza Lígia Mont Alverne, o número de mulheres em profissões predominantemente masculinas tem aumentado, mas ainda está longe de equiparar com o número de homens. “É um fator histórico que as mulheres exercem uma função em menor quantidade no Poder Judiciário. A advocacia era predominantemente exercida pela por homens, assim como na magistratura, na Promotoria de Justiça, entre outras carreiras jurídicas. Com o concurso público, o acesso das mulheres aumentou”, avaliou a juíza ao relembrar o início de muitas profissões.
A servidora Andrea Santa Rosa explicou que durante muito tempo existiu o pensamento de que as mulheres são rivais, que não era bom trabalhar com elas e a sororidade veio desconstruir essa ideia. “Nós somos irmãs, caminhamos juntas e é importante uma mulher apoiar a outra. A conquista de uma é a conquista de todas”, disse.
De acordo com a servidora, atualmente o machismo no ambiente de trabalho é mais velado, mas não quer dizer que ele não existe e embora não seja mais tão agressivo e evidente como antigamente, ainda se faz presente e continua sendo prejudicial para as mulheres.
“Antes, o machismo era algo mais forte, o assédio sexual no trabalho era mais escancarado, era algo físico, ou então declaradamente 'mulheres não podem ocupar determinados postos'. Hoje, existem as chamadas microviolências, as mulheres são mais interrompidas do que os homens, as ideias delas muitas vezes são apropriadas por eles e são coisas mais sutis. E muitas vezes, nós mulheres, ficamos naquela: 'será que eu estou fantasiando'?”, comentou Andrea.
Durante a conversa, a juíza Lígia Mont Alverne também destacou que independentemente da área de trabalho, não é o gênero que vai determinar a competência e a qualidade do profissional, mas sim a pessoa que está atuando. Para a magistrada, incentivar outras mulheres a lutarem por seus sonhos é estimulante.
“Nós vemos constantemente nos júris, estudantes jovens que ainda não ingressaram no mercado de trabalho. Na medida que elas assistem, fazem parte desse ambiente vendo uma magistrada, criam mais confiança e até mesmo ampliam seus horizontes, adquirindo mais vontade de entrar para o meio jurídico”, contou.
Robertta Farias – Dicom TJAL
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