Juiz interroga médica por videoconferência e reduz em até três meses tempo de processo
Anderson Passos ouviu profissional em audiência que durou duas horas; se não pudesse usar tecnologia, teria enviado carta precatória à Justiça do RJ. “Resposta demoraria até três meses”.
Juiz Anderson Passos conduziu audiência de instrução em escritório na sua residência, em Maceió
O juiz Anderson Passos reduziu em até três meses o tempo de um processo ao usar a videoconferência para interrogar uma médica que é ré em ação por danos morais que tramita na Comarca do Penedo. Atualmente, ela reside no Rio de Janeiro (RJ) e trabalha na assistência a pacientes que contraíram coronavírus.
“Se não fosse o WhatsApp, teria que mandar uma carta precatória à Justiça no Rio de Janeiro com pedido para interrogá-la. Até que a médica fosse intimada e comparecesse a uma unidade judiciária, isso levaria dois, três meses. Conseguimos ouvi-la em audiência que durou duas horas”, explicou o magistrado.
O processo foi aberto algum tempo atrás por uma paciente que alegou ter sofrido danos morais quando esteve internada numa unidade hospitalar do município ribeirinho. A médica, acusada de dano moral, mudou-se para a Cidade Maravilhosa e lá está trabalhando em hospital que cuida de pacientes com coronavírus.
Partes concordaram com audiência virtual
“Não fosse a pandemia provocada coronavírus, provavelmente não estaríamos recorrendo à tecnologia para encurtar distâncias e ouvir uma testemunha que está em outro estado, atualmente”, comentou o juiz Anderson Passos, segundo o qual as partes envolvidas na questão concordaram com a oitiva virtual.
“Resolvemos usar o sistema de videoconferência Hangouts e pudemos fazer a oitiva dessa médica através do uso da tecnologia. Ouvimos a médica no próprio hospital em que ela estava trabalhando, durante seu intervalo na UTI”, acrescentou. O uso das ferramentas está autorizado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas.
Para o magistrado, essa situação de pandemia e as formas de trabalho em isolamento social podem deixar um legado ao Judiciário alagoano, que é o uso de instrumentos virtuais para dinamizar processos.
Maikel Marques – Dicom TJAL
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