Coronavírus 16/04/2020 - 11:05:44
Juiz interroga médica por videoconferência e reduz em até três meses tempo de processo
Anderson Passos ouviu profissional em audiência que durou duas horas; se não pudesse usar tecnologia, teria enviado carta precatória à Justiça do RJ. “Resposta demoraria até três meses”.

Juiz Anderson Passos conduziu audiência de instrução em escritório na sua residência, em Maceió Juiz Anderson Passos conduziu audiência de instrução em escritório na sua residência, em Maceió
Juiz interroga médica por videoconferência e reduz em até três meses tempo de processo

O juiz Anderson Passos reduziu em até três meses o tempo de um processo ao usar a videoconferência para interrogar uma médica que é ré em ação por danos morais que tramita na Comarca do Penedo. Atualmente, ela reside  no Rio de Janeiro (RJ) e trabalha na assistência a pacientes que contraíram coronavírus.

“Se não fosse o WhatsApp, teria que mandar uma carta precatória à Justiça no Rio de Janeiro com pedido para interrogá-la. Até que a médica fosse intimada e comparecesse a uma unidade judiciária, isso levaria dois, três meses. Conseguimos ouvi-la em audiência que durou duas horas”, explicou o magistrado.

O processo foi aberto algum tempo atrás por uma paciente que alegou ter sofrido danos morais quando esteve internada numa unidade hospitalar do município ribeirinho. A médica, acusada de dano moral, mudou-se para a Cidade Maravilhosa e lá está trabalhando em hospital que cuida de pacientes com coronavírus.

Partes concordaram com audiência virtual

“Não fosse a pandemia provocada coronavírus, provavelmente não estaríamos recorrendo à tecnologia para encurtar distâncias e ouvir uma testemunha que está em outro estado, atualmente”, comentou o juiz Anderson Passos, segundo o qual as partes envolvidas na questão concordaram com a oitiva virtual.

“Resolvemos usar o sistema de videoconferência Hangouts e pudemos fazer a oitiva dessa médica através do uso da tecnologia. Ouvimos a médica no próprio hospital em que ela estava trabalhando, durante seu intervalo na UTI”, acrescentou. O uso das ferramentas está autorizado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas.

Para o magistrado, essa situação de pandemia e as formas de trabalho em isolamento social podem deixar um legado ao Judiciário alagoano, que é o uso de instrumentos virtuais para dinamizar processos. 


Maikel Marques – Dicom TJAL
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