Criminal 29/07/2009 - 12:01:38
Acusado de matar sogra em Porto Real do Colégio permanece preso
Decisão foi tomada por unanimidade de votos pela Câmara Criminal do TJ/AL

Câmara Criminal manteve as qualificadoras do crime e não restabeleceu a liberdade do acusado Câmara Criminal manteve as qualificadoras do crime e não restabeleceu a liberdade do acusado Caio Loureiro

     “Um crime bárbaro, que chocou a população da pacata Porto Real do Colégio”, afirmou o desembargador Otávio Leão Praxedes ao relatar o recurso criminal de José Maria da Silva, acusado de assassinar a sogra com golpes de porrete. Por decisão unânime, os desembargadores integrantes da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), decidiram negar o pedido de restabelecimento da liberdade e a desqualificação do crime, conforme pediu a defesa do acusado.

     Manifestando-se pelo Ministério Público Estadual (MPE), o procurador de Justiça Antônio Arecippo, afirmou que o acusado poderia ser chamado de “monstro do crime”, pela crueldade com que planejou e assassinou sua sogra, mãe de sua esposa e avó de seus filhos. “O crime foi cometido sem motivo plausível e de forma repugnante, o que abalou a população da cidade e, principalmente, toda a estrutura familiar da vítima. Além disso, o acusado é usuário de drogas, anda constantemente armado e gera um clima de terror em toda a comunidade e sua soltura sua causaria transtorno à paz social”, enfatizou o representante do MPE.

     Para o relator do processo, desembargador Otávio Leão Praxedes, trata-se de um crime estúpido, perverso, onde o acusado teria entrado na residência onde morava juntamente com a vítima com a arma do crime (um pedaço de madeira de mais ou menos um metro) embrulhada em papel de presente. A vítima foi atacada com um golpe mortal na nuca, pelas costas, sem ter a mínima chance de defesa.

     “Besta humana”

     “O porrete estava enrolado de papel de presente, por sinal muito bem feito, e ainda tinha um lacinho na ponta de cima do porrete. Na hora do crime, a vítima estava varrendo seu quintal juntamente com a filha mais nova e seu neto de cinco anos, filho do acusado, quando foi atingida pelas costas”, afirmou uma das testemunhas do crime na fase de investigação preliminar.

     Após escutar o posicionamento do MPE e do relator do processo, o desembargador Orlando Monteiro Cavalcanti Manso, destacou sua indignação com a forma como o crime foi praticado, afirmando que “em 42 anos de magistratura nunca chamei nenhum acusado de bandido, mas quem cometeu esse crime é um marginal. Embrulhar a arma do crime em papel de presente e atacar pelas costas é atitude de uma besta humana”.