PCJE premia estudantes e professores no VIII Concurso de Redações
Evento marca retomada de atividades presenciais na Esmal com participação de público externo
Foto: Caio Loureiro
“Estou muito feliz e honrada por conseguir usar tudo o que eu aprendi, com a ajuda dos meus professores, em algo tão importante. É uma honra ganhar o maior prêmio e também representar minha escola”. Foi assim que a estudante do 1º ano do ensino médio Melissa Correia, de 16 anos, agradeceu o prêmio de melhor redação entre as escolas da rede estadual do VIII Concurso de Redações do Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE).
A cerimônia foi realizada nesta segunda-feira (25), presencialmente, no prédio da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), marcando o primeiro evento presencial aberto ao público externo desde o início da pandemia.
Os alunos das escolas estaduais e municipais contempladas pelo PCJE foram convidados a escrever uma redação com o tema “Cidadania: educando e construindo valores”. Os autores das produções classificadas em primeiro lugar de cada escola receberam um kit escolar e um tablet.
“Ao longo desse ano realizamos palestras sobre bullying, abuso sexual, violência doméstica, suicídio, entre outros temas que reforçam a questão da cidadania, seus direitos e deveres. Com base em tudo isso, escolhemos esse tema central”, contou Ana Valéria Moura, servidora da Esmal e membro do PCJE.
Servidora Ana Valéria Moura em entrevista à TV Tribunal. Foto: Caio Loureiro
Além dos alunos, também ganharam um tablet os professores que orientaram os estudantes que escreveram as melhores redações entre todas as escolas de cada rede, sendo uma da municipal e uma da estadual, como foi o caso de Melissa.
“O fato do concurso premiar também os professores é um estímulo fundamental. O professor é uma peça chave na construção desses textos. Ter os professores próximos é uma iniciativa muito boa do concurso. Acertou muito na premiação conjunta”, disse o secretário executivo estadual de educação, José Márcio Oliveira.
Visando evitar grandes aglomerações, o evento foi dividido em dois turnos: premiação das redações da rede estadual de ensino durante a manhã, e da rede municipal à tarde. Além disso, o evento contou com medidas de prevenção como o uso obrigatório de máscaras e disponibilidade de álcool em gel em diversos pontos da Esmal.
"O programa faz de fato a aproximação do Poder Judiciário com a educação, com o ensino público. A pandemia não interrompeu nossos trabalhos, mas causou um distanciamento. Hoje a gente comemora duplamente, tanto a premiação, quanto a vinda deles aqui na casa, aqui na Esmal, com todos os cuidados”, disse a juíza Carolina Valões, coordenadora do PCJE.
Premiação das escolas estaduais
Pela manhã, a entrega dos prêmios dos alunos da rede estadual contou com participantes de seis escolas: Escola Estadual Princesa Isabel; Escola Estadual Maria Das Graças; Escola Estadual Prof. José da Silveira Camerino; Escola Estadual Prof. Edmilson Pontes; Escola Estadual Professora Anaías de Lima e a Escola Estadual de Cegos Cyro Accioly, sendo essa a primeira vez que alunos cegos participam do concurso.
Cada uma das instituições de ensino teve seus três primeiros lugares premiados com um kit escolar, e o autor ou autora da melhor redação recebeu também um tablet. No caso da estudante vencedora da escola Cyro Accioly, a premiação foi um dispositivo Alexa.
Entre as redações de todas as escolas da rede estadual, a que levou a primeira colocação foi a de Melissa Correia, da escola Prof. José da Silveira Camerino, garantindo um tablet também ao professor que a auxiliou.
“Além dos meus professores, também sou muito grata à minha irmã mais velha. Eu vejo ela como uma grande inspiração pra mim, tanto na educação, quanto na escrita. Estou muito feliz”, disse a estudante.
A estudante Melissa Correia, autora da redação vencedora da rede estadual, ao lado de seu professor. Foto: Caio Loureiro
Na mesa de honra estavam: a juíza Carolina Valões, coordenadora do PCJE; o Dr. Rafael Albuquerque, secretário executivo da Esmal, e José Márcio Oliveira, secretário executivo estadual de educação.
Premiação das escolas municipais
Já a entrega dos prêmios dos estudantes da rede municipal começou às 14h, tendo alunos e servidores de cinco escolas: Escola Municipal Prof. Antídio Vieira; Escola Municipal Prof. Haroldo da Costa; Escola Municipal Prof. João Sampaio; Escola Municipal Prof. Pompeu Sarmento e Escola Municipal Prof. Silvestre Péricles.
Assim como na rede estadual, os três primeiros colocados de cada escola municipal receberam um kit escolar, com o primeiro lugar recebendo também um tablet. A redação que se destacou entre todas da rede foi a de Evelin Vitória Alves, aluna da escola João Sampaio. A estudante contou sobre como foi o processo de produção textual.
“Estudei do que a redação se tratava, depois fiz um resumo disso, junto do que eu achava sobre os temas e também o que podia melhorar. Falei que podemos trabalhar em conjunto. A maioria dos políticos não entra em contato com quem vive à margem da sociedade, só com os que vivem bem. É essencial trabalhar para que todo mundo possa viver melhor”, disse a estudante, demonstrando estar orgulhosa e surpresa com a premiação.
A aluna Evelin Vitória, ao lado da juíza Carolina Valões. Foto: Mauricio Santana
Pelo destaque da aluna entre os trabalhos da rede municipal, a professora de Evelin recebeu, assim como ela, um tablet.
Fizeram parte da mesa de honra: a juíza Carolina Valões, coordenadora do PCJE; Rafael Albuquerque, secretário executivo da Esmal, e o secretário municipal de Educação, Elder Maia.
“Todas as premiadas abordaram questões sociais, como racismo, bullying e violência doméstica. Isso é extraordinário, pois desenvolve a consciência crítica dos alunos desde muito jovens, fazendo com que se torne um discurso forte até no meio familiar dos estudantes. Isso fortalece a luta de toda a sociedade para combater essas práticas”, declarou o secretário, reforçando o estímulo do PCJE à produção dos alunos ao unir justiça e educação.
Inclusão social
Pela primeira vez em oito edições, o Concurso de Redações do PCJE contou com a participação de alunos cegos, estudantes da Escola Estadual de Cegos Ciro Accioly. Os estudantes afirmaram ser muito bom falar sobre temas que muitas vezes não são discutidos na sociedade.
A aluna contemplada com um kit escolar e um dispositivo Alexa por ter ficado em primeiro lugar, Bruna Maria da Silva, ficou bastante feliz tanto com sua colocação no concurso, quanto com a premiação.
“A sensação é inexplicável. Eu realmente não esperava. Senti um frio na barriga, mas fiquei realmente muito feliz e agradeço. O dispositivo me ajuda com pesquisas, pra ouvir música. Tudo vai se tornar mais fácil pra mim. Foi realmente um grande sonho”, conta a aluna.
Bruna recebendo seu dispositivo Alexa das mãos da juíza Carolina Valões. Foto: Caio Loureiro
Além de Bruna, seus colegas de classe e também deficientes visuais, Evilyn Vitória Chagas e Rafael dos Santos, foram contemplados com o kit escolar pela segunda e terceira colocação entre as redações da escola Ciro Accyoli.
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