Novembro Azul: prevenção e diagnóstico precoce são a melhor solução
Médico do Departamento de Saúde e Qualidade de Vida do TJAL explica como é feito o diagnóstico e as formas de tratamento contra o câncer de próstata
O Novembro Azul é uma campanha nacional que tem como finalidade chamar a atenção dos homens para a prevenção e detecção precoce do câncer de próstata e ajudar a desmistificar o exame urológico. O médico Lucas Gama, do Departamento de Saúde e Qualidade de Vida do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), explicou como é feito o diagnóstico, as formas de tratamento e os dados sobre a doença no Brasil.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 65.840 novos casos de câncer de próstata. Esse número corresponde a um risco estimado de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens.
A doença é a segunda principal causa de morte por câncer em homens, atrás apenas do câncer de pulmão. Segundo estimativas, um em cada nove homens será diagnosticado com câncer de próstata durante sua vida e a cada 41 homens, pelo menos um morrerá de câncer de próstata.
Sintomas
O médico explica que o câncer de próstata em estágio inicial geralmente não provoca sintomas. Já no estágio avançado, pode causar:
- Micção frequente;
- Fluxo urinário fraco ou interrompido;
- Vontade de urinar frequentemente à noite (Nictúria);
- Sangue na urina ou no sêmen;
- Disfunção erétil;
- Dor no quadril, costas, coxas, ombros ou outros ossos se a doença se disseminou;
- Fraqueza ou dormência nas pernas ou pés.
"A maioria desses problemas pode ser provocada por outras condições clínicas, além do câncer de próstata. Por exemplo, o aumento da frequência urinária é muito mais comumente causado por hiperplasia prostática benigna (crescimento benigno da próstata)", explicou Lucas Gama.
Ele também sugere manter o médico informado sobre qualquer um desses sintomas, para que a causa seja diagnosticada e tratada.
Identificação da doença
Lucas Gama aponta dois exames iniciais que ajudam a investigar o câncer de próstata e descobrir se a doença está presente ou não: o exame de toque retal, onde o médico avalia tamanho, forma e textura da próstata, introduzindo o dedo protegido por uma luva lubrificada no reto, e a análise de Antígeno Prostático Específico (PSA), um exame de sangue que mede a quantidade dessa proteína produzida pela próstata.
Níveis altos dessa proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da próstata. Exames de imagem da próstata, como ressonância magnética ou ultrassom transretal, são utilizados em alguns casos, quando há dúvida da necessidade da biópsia, e para estadiamento da doença.
"Para confirmar o câncer de próstata é preciso fazer uma biópsia. Nesse exame são retirados pedaços muito pequenos da próstata para serem analisados no laboratório. A biópsia é indicada caso seja encontrada alguma alteração no exame de PSA ou no toque retal", disse.
Tratamentos
O médico afirmou que o tratamento é feito por meio de uma ou de várias modalidades/técnicas, que podem ser combinadas ou não. A principal delas é a cirurgia, que pode ser aplicada junto com radioterapia e tratamento hormonal, conforme cada caso.
"Quando localizado apenas na próstata, o câncer pode ser tratado com cirurgia oncológica, radioterapia e até mesmo observação vigilante, em alguns casos especiais. No caso de metástase, ou seja, se o câncer da próstata tiver se espalhado para outros órgãos, a radioterapia é utilizada junto com tratamento hormonal, além de tratamentos paliativos".
A escolha do melhor tratamento é feita individualmente, por médico especializado, caso a caso, após definir quais os riscos, benefícios e melhores resultados para cada paciente, conforme estágio da doença e condições clínicas do paciente. Todas as modalidades de tratamento são oferecidas, de forma integral e gratuita, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Chances de cura
Os dados abaixo são do banco de dados do Instituto Nacional de Câncer Americano (SEER - Surveillance, epidemiology, and end results), que rastreia as taxas de sobrevida em cinco anos para o câncer de próstata (chance de estar vivo cinco anos após o diagnóstico).
Índice:
- Localizado: Não existe sinal de disseminação da doença;
- Regional: O tumor se disseminou para estruturas próximas ou linfonodos.
- A distância: O tumor se disseminou para outros órgãos, como pulmões, fígado ou ossos.
Dados:
- Localizado: Aproximadamente 100%
- Regional: Aproximadamente 100%
- A distância: 31%
Prevenção e diagnóstico precoce
A recomendação para rastreamento com PSA e toque retal é de 50 anos de idade para homens com risco médio para câncer de próstata, o que equivale à população geral. A partir dos 45 anos de idade para homens com alto risco de câncer de próstata, o que inclui afro-brasileiros e homens com um parente de primeiro grau (pai ou irmão) diagnosticado com câncer de próstata com menos de 65 anos.
Por fim, a recomendação é a partir de 40 anos para homens com risco ainda maior, que são aqueles com mais de um parente de primeiro grau que teve a doença em idade precoce.
"Tratar o câncer de próstata na fase inicial pode evitar que se desenvolva e chegue a uma fase mais avançada", afirmou Lucas Gama.
Ele também reitera que realizar o exame pode ajudar a identificar o câncer de próstata logo no início da doença, aumentando assim a chance de sucesso no tratamento.
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