Novos juízes conhecem Casa da Mulher, que já realizou mais de 2.000 atendimentos
Em funcionamento há 11 meses, instituição do Judiciário conta com apoio dos poderes Legislativo e Executivo
Em onze meses de funcionamento, a Casa da Mulher já realizou 2.113 atendimentos a vítimas de violência doméstica. O trabalho realizado pela instituição foi apresentado, nesta segunda-feira (11), aos 12 novos juízes do Poder Judiciário alagoano, durante atividade do Curso de Formação de Magistrados.
“Os números são alarmantes. Dois mil atendimentos significa que a violência ainda está muito latente no Estado e que temos muita coisa para mudar. A Casa da Mulher Alagoana está aqui acolhendo e ajudando, fazendo uma pequena parte contra esse iceberg que nós temos. Os novos juízes vão receber casos de violência e poderão encaminhar pessoas para cá, como outros juízes já fazem e, desse modo, acolher essas mulheres da melhor forma possível”, explicou a coordenadora da instituição, Érika Lima.
Para o coordenador estadual da Mulher, desembargador Tutmés Airan, poder perceber que o tema interessou os novos magistrados revela que eles serão atuantes no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher.
“Um dos compromissos centrais do Poder Judiciário, que até justifica a sua própria existência, é a proteção às pessoas. Evidente que não fazemos uma proteção policial, porque isso é papel do Executivo, mas protegemos as pessoas na medida em que garantimos os direitos delas. A Casa é muito simbólica com esse compromisso histórico do Judiciário, é a cara desse compromisso, está bem montada e só nos dá orgulho e satisfação”, disse o desembargador.

Visitas institucionais estão sendo realizadas por meio do Curso de Formação de Magistrados. Foto: Adeildo Lobo
Natural de Brasília, o juiz Caio Evangelista avaliou o trabalho como fundamental para ajudar as mulheres que precisam de acolhimento devido à violência doméstica. Ele disse esperar que outros estados conheçam e se inspirem para implantação de uma instituição similar por todo o país.
“Muito especial a visita à Casa da Mulher. É um projeto espetacular. Esse tema é fundamental não apenas no Curso de Formação de Juízes, devendo inclusive estar nas escolas públicas, onde os alunos devem ser conscientizados desse tema tão sensível que é a violência contra a mulher e que assola a população brasileira”, comentou.
O coordenador de cursos da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), juiz André Parízio, explicou que a iniciativa surgiu a partir da verificação dos problemas no dia a dia dos magistrados que atuam na área e que o contato com a temática pode contribuir com melhorias e também com a interiorização dessas boas práticas.
“Foi mais uma visita institucional que os novos juízes fizeram e o objetivo é que eles tenham contato com as boas iniciativas do Poder Judiciário, com os órgãos que eles vão trabalhar durante o exercício da magistratura, para que possam colher informações e possam, inclusive, replicar nas comarcas que eles trabalharão no interior”, disse.
A delegada Rosemary Chaves, que atua na Delegacia da Mulher, contou que o abrigo é um grande diferencial para dar apoio às vítimas, já que elas poderão aguardar o deferimento das medidas protetivas longe de seus agressores.
“Quando uma mulher vem procurar o nosso serviço, passa primeiro pelo atendimento da equipe psicossocial da casa, formada por assistentes sociais e psicólogas, que fazem uma análise, uma anamnese da situação social e psicológica da vítima. Após isso, havendo crime, a mulher é encaminhada para o nosso Núcleo de Polícia Civil. Nós solicitamos medidas protetivas de urgência e, vendo que essa mulher pode sofrer algum dano iminente, ela pode ficar abrigada aqui na casa junto com seus dependentes”, revelou.
A Casa da Mulher Alagoana está situada na Praça Sinimbu, no Centro, e funciona de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h. Durante a noite, finais de semana e feriados, as vítimas podem procurar abrigo na casa e serão recepcionadas pela Guarda Municipal.
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