Professor Silvino Costa Ferro e a juíza Eliana Machado, na Arena do Empoderamento Feminino. Foto: Caio Loureiro
Arena do Empoderamento: Projeto Ressignificar atua para conscientizar agressores
"Muitos agressores são de famílias que também passaram por violência doméstica”, comentou o professor Silvino Costa Ferro, coordenador da Clínica Escola de Psicologia do Centro Universitário e do Projeto Ressignificar, durante palestra realizada na Arena do Empoderamento Feminino, no Maceió Shopping.
O projeto é desenvolvido com o objetivo de fazer os indivíduos agressores, que são encaminhados pela equipe multidisciplinar do Poder Judiciário alagoano, refletirem sobre seus comportamentos e, assim, evitar que eles voltem a cometer atos de violência nos relacionamentos.
“Nós precisávamos ter também ter um outro olhar sobre esse homem e olhar para a história dele. Percebemos tanto no semblante quanto na fala daquele cidadão o sofrimento que ele ainda sente em lembrar da figura do pai o agredindo constantemente e ele se vendo como um saco de pancadas. ‘Se eu era um saco de pancadas, professor, imagina a minha mãe’”, contou o professor.
O juiz Paulo Zacarias, titular do Juizado da Mulher da Capital, também conversou com o público no início da tarde e falou sobre sua experiência na área e o que acredita ser importante para diminuir os casos de violência contra a mulher. “Sem educação, não há transformação social, política ou econômica, não há nada. A gente precisa fazer um trabalho educativo nas escolas, nesses ambientes como aqui, nas fábricas, na construção civil”, expressou o magistrado.
Juiz Paulo Zacarias, titular do Juizado da Mulher da Capital. Foto: Maikel Marques
Ainda sobre o projeto, o professor Silvino Costa, defendeu que é através do trabalho de conscientização que o agressor pode mudar o comportamento para o seu próprio bem e das pessoas ao seu redor. Segundo ele, o processo de educação que tiveram enquanto crianças pode trazer consequências para a vida adulta.
“Nós trabalhamos com a reflexão a respeito do comportamento. Então, essa mudança comportamental começa com a mudança perceptível que o indivíduo tem a respeito dos seus comportamentos. É a percepção que está fundamentada na significação do que ele traz no seu processo de vida, na sua história. A partir do momento que ele passa a refletir sobre isso, percebe o sofrimento, a dor, a história que carrega e ele começa a ressignificar, que é justamente, o nome que o projeto recebe”, explicou.
A Clínica Escola de Psicologia do Cesmac também atende às vítimas e seus familiares. Ela funciona na Rua Íris Alagoense, nº 472, no Farol, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e das 18h às 21h. O atendimento é gratuito e é realizado por estudantes do último ano do curso de Psicologia, com supervisão de orientadores qualificados. Mais informações no telefone 3215-5178.
Resultados do projeto piloto foram apresentados durante o evento. Foto: Caio Loureiro
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