Acessibilidade 21/09/2022 - 13:30:57
Comissão de Acessibilidade do TJAL alerta sobre linguagem capacitista
‘É preciso buscar conhecimento para eliminar do nosso dia a dia formas capacitistas de pensar’, afirma secretária da Comissão, Mirela Souza

Arte: Dicom TJAL. Arte: Dicom TJAL.

Neste dia 21 de Setembro, Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, a Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão do Tribunal de Justiça de Alagoas orienta sobre expressões comuns usadas por muitas pessoas no dia a dia, mas que deveriam ser evitadas por terem conotação ofensiva ou preconceituosa contra pessoas com deficiência.

Segundo dados do IBGE (2019), existem mais de 17 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Apesar disso, essa parcela da população ainda enfrenta muito preconceito, o que é denominado de capacitismo.

A secretária da Comissão de Acessibilidade, Mirela Souza, explica que o capacitismo reflete uma pré-concepção sobre as capacidades e aptidões de uma pessoa, e se apresenta na sociedade de forma estrutural, em diversos contextos, inclusive na linguagem. 

“É preciso buscar conhecimento para eliminar do nosso dia a dia formas capacitistas de pensar e expressões que, por vezes, nem nos damos conta do quão são ofensivas, preconceituosas e opressoras”, ressalta Mirela.

O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência marca a construção de mobilizações para a inclusão social dessas pessoas, conscientização da luta anti-capacitista e celebração destes movimentos. A luta pelos direitos humanos da pessoa com deficiência é histórica e tem seu grande marco em 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Confira abaixo alguns exemplos de expressões consideradas capacitistas.

Fingir demência

A demência é a perda da memória, do pensamento, do comportamento e da capacidade de realizar atividades cotidianas. Esse conjunto de sintomas não deve ser relacionado a qualquer comportamento negativo. A expressão pode ser substituída por “fingir-se de desentendido".


Estar mal das pernas

Não é necessário associar uma condição física ao erro. Prefira expressões como "estar com problemas" ou "estar em crise".


Falar que alguém está "muito autista"

Autismo não é uma condição temporária ou um "estado de espirito". É melhor dizer "estou menos sociável hoje", "estou mais na minha", ou ainda “ela não está no clima de interagir com ninguém".


Dar uma mancada 

Mancar não deve ser sinônimo de errar. Substitua por “cometer uma gafe", ''errou", "se equivocou", etc.


Você pode pegar água pra mim? - Pegue você, você não é aleijada! 

Essa forma de falar é muito ofensiva às pessoas com deficiência física. Em vez disso, use a palavra “preguiçosa".


Retardado, débil mental, mongoloide

Existe um histórico de preconceito associado a estas palavras, já que eram usadas para se referir pejorativamente a pessoas com deficiência intelectual. Tire essas palavras do seu vocabulário.


Dar uma de João sem braço 

Não ter braço é uma condição física, que em nada tem a ver com o comportamento de alguém. Você pode dizer que a pessoa é “preguiçosa", “fugiu da responsabilidade" ou " sefez de desentendida".


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