Magistrado mobiliza população no combate às drogas em Maragogi
Juiz trabalha conscientização, prevenção e combate à distribuição de entorpecentes
Juiz André Gêda pretende acirrar o combate às drogas em Maragogi e no litoral norte de Alagoas Caio Loureiro
Os números que demonstram o crescimento do tráfico de entorpecentes no Brasil assustam. Em Alagoas, essa realidade não é diferente e milhares de jovens e adultos se envolvem no consumo ou no tráfico de drogas. Preocupado com a banalização do problema, o juiz André Gêda Peixoto Melo, que atua na comarca de Maragogi, vem trabalhado em um projeto diferente, que visa combater o tráfico no município e no litoral norte de Alagoas.
O projeto desenvolvido pelo magistrado segue duas vertentes: a primeira abrange a conscientização e prevenção da população e a segunda, não menos importante, se refere ao combate efetivo à distribuição de drogas. E os frutos das ações do magistrado já estão sendo colhidos. Recentemente, o juiz proferiu uma sentença condenando um casal ao perdimento de um bem, após ter sido encontrado em sua residência dez quilos de maconha. O local servia como ponto de comércio de drogas. O magistrado entendeu, ao proferir a sentença, que a casa do casal pode ser utilizada como local para recuperação de jovens drogados. No entanto, da decisão ainda cabe recurso, podendo ou não ser confirmada pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).
Além do alto rigor nas ações condenatórias, o juiz André Gêda quer fazer uma fiscalização mais efetiva nas escolas e praças do município, especialmente no turno da noite. “Podemos trabalhar como serviço de inteligência da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) e até mesmo com denúncias anônimas da população. Outra idéia é determinar um toque de recolher temporário para evitar que os jovens permaneçam nas ruas após as onze horas, já que identificamos que o maior público consumidor de drogas na região são os adolescentes”, enfatizou o magistrado.
Foco na prevenção
A realização de palestras nas escolas do município, em parceria com a PM/AL e com a secretaria municipal de Educação e Saúde também é outra idéia do magistrado. André Gêda pretende mostrar às crianças e jovens os efeitos nocivos das drogas na vida dos usuários, pois “ao entrar em um grupo de amigos e ser aceitados, o jovem acaba 'experimentando' a droga, e por isso o trabalho de prevenção é muito importante”.
Outro fator que preocupa o juiz de Maragogi é a ausência de locais adequados para o tratamento e a recuperação de dependentes químicos. Ele alerta as autoridades para a necessidade de se ter um centro especializado para receber os usuários, ou do contrário, todo trabalho desenvolvido por diversas entidades e pela própria população não terão nenhuma valia, pois sem o tratamento médico e psicológico adequados os jovens fatalmente voltariam ao vício.
Focado na realização deste projeto, o juiz André Gêda pretende diminuir os altos índices de criminalidade e violência na região, pois, como consequência do uso contínuo de entorpecentes, a juventude acaba se encaminhando para o mundo do crime. “Os usuários passam a cometer crimes para sustentar o vício, e isso aumenta consideravelmente a violência”, afirma.













