Centro de Cultura e Memória do TJAL preserva acervo sobre o “Quebra de Xangô”
Ocorrido há 111 anos, fato marcou a história da religião no estado; coordenadoria de direitos humanos destaca a importância da vigilância contra a intolerância religiosa
 Arte: Dicom TJAL
								  Arte: Dicom TJAL
							“Hoje fazemos o xangô rezado alto, para que os nossos atabaques não venham parar, para que não venha mais existir essa discriminação para com o nosso povo de matriz africana, com a nossa religiosidade e cultura”. Foi assim que Adeilson Alexandre, ogã alagbê da Casa de mãe Miriam, localizada na Ponta da Terra há mais de 50 anos, falou sobre a celebração dos 111 anos do “Quebra de Xangô” em Alagoas.
O fato ocorreu em 2 de fevereiro de 1912, em Maceió, quando vários terreiros de candomblé em Alagoas foram destruídos por milícias atuantes no estado.
 Adeilson Alexandre durante apresentação alusiva aos 111 anos do Quebra de Xangô. Foto:  Jonathan Lins/Secom Maceió
Adeilson Alexandre durante apresentação alusiva aos 111 anos do Quebra de Xangô. Foto:  Jonathan Lins/Secom Maceió
O Centro de Memória e Cultura (CCM) do Poder Judiciário preserva um importante acervo sobre o fato histórico, com documentos, relatos e vídeos sobre o acontecimento.
A diretora do CCM, Irina Costa, destacou que o “Quebra de Xangô” tem sido fonte de pesquisas por parte de vários pesquisadores de todo o país, como da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro.
 Centro de Memória e Cultura do Judiciário alagoano mantém acervo sobre o fato histórico. Foto: Adeildo Lobo.
Centro de Memória e Cultura do Judiciário alagoano mantém acervo sobre o fato histórico. Foto: Adeildo Lobo.
O coordenador da coordenadoria de direitos humanos do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), desembargador Tutmés Airan, enfatizou a obrigação do estado permanecer vigilante em relação à intolerância religiosa.
“O que explicou o Quebra em 1912, e que explica qualquer intolerância religiosa, é exatamente a arrogância de imaginar que o seu deus é melhor do que o do outro, e em nome disso perseguem, humilham, ofendem. Religiões nada mais são do que caminhos para encontrar deus, mas os caminhos, e até os deuses, são escolhas. Por isso, o estado brasileiro tem o dever de ficar vigilante com relação à intolerância e ao ódio religioso”.
O acervo sobre o "Quebra de Xangô" pode ser conferido no Portal da Memória do TJAL. O Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário de Alagoas funciona de segunda a sexta das 9h às 16h, na Praça Deodoro, centro de Maceió.
Thássia Leite - Dicom TJAL TL
imprensa@tjal.jus.br
 
     
     
 
 
  
  
  
 












