Mulheres são maioria em cargos de chefia no TJAL
Índice alcançado é de quase 58%; número de mulheres no corpo funcional do Judiciário também é maior do que o de homens
Eleonora Paes está à frente da Diretoria Adjunta de Assuntos Judiciários do TJAL. Foto: Caio Loureiro
O Poder Judiciário de Alagoas tem mais mulheres do que homens em seu corpo funcional. Dos 2.615 servidores, 1.371 são do sexo feminino, o que representa 52,42%. As mulheres também são maioria nos cargos de chefia, chegando a quase 58%.
Segundo dados da Diretoria Adjunta de Gestão de Pessoas (DAGP) do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), dos 419 cargos de chefia, 243 são ocupados por mulheres. A servidora Eleonora Paes é uma delas.
Há 20 anos à frente da Diretoria Adjunta de Assuntos Judiciários (DAAJUC), Eleonora gerencia hoje uma equipe formada por dez servidores, além de estagiários e terceirizados. O setor cumpre todos os atos e decisões da Presidência e da Vice, sendo responsável ainda pelo plantão do segundo grau. A parte de distribuição da diretoria também tem à frente outra mulher, Joana Calheiros.
Para Eleonora, o Tribunal vem promovendo igualdade de trabalho. "Há várias mulheres em cargos de direção e bem respeitadas. Acredito que para fazer valer essa igualdade não podemos ficar estáticas. Precisamos nos indignar, acolher, conversar com nossas filhas e amigas para uma possível mudança dessa realidade. Como na letra da música Flowers, temos o direito de escrever o nosso nome na areia, dar flores para nós mesmas, conversar com nós mesmas", enfatizou.
Luciana Omena é servidora do TJAL desde 1993 e, no começo deste ano, tomou posse como secretária especial da Presidência. Ela é responsável, junto com a equipe, por receber todas as intimações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de responder demandas e supervisionar o trabalho de outros setores.
Em sua avaliação, as mulheres precisam, muitas vezes, trabalhar dobrado para mostrar o seu valor. Ela destaca ainda que a igualdade de gênero é uma realidade em construção no Judiciário de Alagoas. "O TJAL tem demostrado preocupação através da criação de comissões, ações, palestras, vídeos educativos, visando educar e formar mulheres empoderadas", afirmou.

Há quatro anos e dois meses ocupando o cargo de secretária geral, Ednilda Lessa diz que procura sempre demonstrar segurança em seu trabalho. "Por ser mulher, a desconfiança sempre paira no ar".
Para ela, é importante seguir em frente e lutar em prol da igualdade de gênero. "Ser mulher no mundo de hoje é desafiador. Tenho duas filhas e sempre digo para que estudem, sejam honestas, lutem por seus direitos, sejam independentes financeiramente e sempre escolham o certo, justo e o que advém do suor da luta delas".

Ednilda Lessa destaca importância da luta pela igualdade de gênero. Foto: Caio Loureiro
No próximo dia 13, Rita Lyra completa 16 anos na função de diretora-geral do Fórum de Maceió. "Minhas atribuições são as mais variadas possíveis, me encantam e fazem do meu ofício algo dinâmico e prazeroso que desempenho com muita dedicação e amor", contou.
Em seu trabalho, Rita lida com todos os servidores e magistrados do Fórum. "Sempre recebi cordialidade e carinho. Não me recordo durante todo esse tempo, graças a Deus, de nenhum impedimento pelo fato de ser mulher".
Para Rita, é inadmissível que, em pleno século XXI, ainda exista desigualdade de oportunidades pelo gênero. "Espero ansiosa que minhas filhas e netas presenciem esta justa igualdade e vivam livres e felizes".

Rita Lyra, diretora-geral do Fórum de Maceió, disse esperar por um mundo mais igual para as filhas e netas.
Em setembro de 2018, o CNJ estabeleceu a Política Nacional de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário. De acordo com o normativo, todos os ramos e unidades do Judiciário devem adotar medidas para assegurar a igualdade de gênero no ambiente institucional, propondo diretrizes e mecanismos que orientem os órgãos judiciais a atuar para incentivar a participação de mulheres nos cargos de chefia e assessoramento, em bancas de concurso e como expositoras em eventos institucionais.
Para a juíza Eliana Machado, da Coordenadoria da Mulher do TJAL, a maior participação feminina em cargos de poder enseja a diminuição das desigualdades de gênero. "Embora o Tribunal de Justiça já venha reconhecendo a necessidade da igualdade de gênero, é importante sempre lembrar e ter em mente a impossibilidade do retrocesso. Não podemos retroceder jamais. Queremos sempre estar em pé de igualdade, em situação de igualdade de gênero. O retrocesso não é benéfico a ninguém", destacou a magistrada.

Juíza Eliana Machado reforça importância da Política Nacional de Incentivo à Participação Feminina no Poder Judiciário. Foto: Caio Loureiro
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