Coordenadoria de Direitos Humanos do TJAL debate violência contra jovens negros
Na ocasião, desembargador Tutmés Airan recebeu um manifesto elaborado pelos movimentos de juventudes negras de Alagoas
A Coordenadoria de Direitos Humanos do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) recebeu representantes de movimentos de juventudes negras, nesta segunda (17), para debater a proposta de um Pacto Federativo de Enfrentamento à Violência contra a Juventude Negra. Na oportunidade, os jovens apresentaram o Manifesto “A juventude negra alagoana quer viver”.
A proposta do pacto federativo vem sendo defendida pelo desembargador Tutmés Airan, coordenador de Direitos Humanos do TJAL, sob a perspectiva de reunir os três Poderes no enfrentamento à violência contra jovens negros em todo o país.
O projeto do TJAL foi proposto no mês de março, e segue em fase de discussão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e no Poder Executivo Federal.
“Estamos diante de um problema gravíssimo, que tem a ver com o racismo estrutural que brota das entranhas da nossa sociedade. Dada a gravidade do tema, só articulando os Poderes republicanos para que juntos encontrem respostas e ações concretas. Por isso, propusemos, semeamos essa semente e estamos aguardando que ela possa dar frutos”, ressaltou o desembargador Tutmés.
Desembargador Tutmés Airan defende Pacto Federativo de enfrentamento à violência contra jovens negros. Foto: Adeildo Lobo.
Tutmés Airan destacou ainda que as estatísticas são alarmantes em Alagoas. “Aqui em Alagoas, que é o berço da resistência negra, para cada jovem não negro que morre, morrem 17 jovens negros. Este é o maior índice de desproporção do país, e nós não temos o direito de naturalizar essa triste desigualdade”.
Manifesto
Na ocasião, os jovens entregaram o Manifesto “A juventude negra alagoana quer viver”. O documento apresenta sete propostas para que o Poder Judiciário possa auxiliar na concretização de estratégias de combate à violência.
Segundo Roberto Silva, representante do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca) Zumbi dos Palmares, o documento foi uma construção coletiva.
“Construímos coletivamente esse manifesto com mais de 20 organizações. Nele trazemos um conjunto de solicitações no sentido de pedir o apoio e encaminhamento por parte do TJAL, tanto no campo do enfrentamento como na prevenção, para que possamos garantir um direito básico que é o direito à vida”, destacou Roberto.
Roberto Silva entregou o Manifesto ao desembargador Tutmés Airan. Foto: Adeildo Lobo.
O Manifesto “A juventude negra alagoana quer viver” propõe: produção constante de dados estatísticos; implementação de estratégias de prevenção; acompanhamento de adolescentes com baixa frequência escolar; garantir acesso à cultura, esporte e lazer; geração de emprego e renda, criação de um comitê com órgãos públicos e instituições da sociedade civil; e monitoramento das ações policiais que resultem em morte.
Participaram da reunião Pedro Montenegro, secretário da Coordenadoria de Direitos Humanos do TJAL, e representantes do Cedeca Zumbi dos Palmares, Fórum Popular de Segurança Pública/Alagoas, Grupo de Mães de Jovens Vítimas de Violência, Projeto Erê, Jovens do CRAS Cidade Sorriso, Instituto Servir/Grupo de Capoeira, Associação da Criança e do Adolescente de Bebedouro e do Projeto Digaê.
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