Tribunal de Justiça apoia campanha 24h pelo Glaucoma
Médico oftalmologista chama a atenção de todos para a doença silenciosa e de graves consequências
Fachada do TJAL ficará iluminada de verde em apoio à campanha. Foto: Adeildo Lobo
O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) apoia a campanha 24h pelo Glaucoma, idealizada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia e pela Sociedade Brasileira de Glaucoma, com a iluminação da sede com luz verde. Neste sábado (20), a sede da Corte de Justiça será iluminada de verde em alusão à ação de saúde.
O médico oftalmologista Leonardo Nogueira Montenegro, convidado pelo Departamento de Saúde e Qualidade de Vida (DSQV) do TJAL para abordar o assunto, contou que a campanha tem o objetivo de chamar a atenção da população em geral, dos profissionais e das entidades de saúde sobre esta doença silenciosa e de graves consequências.
“O termo glaucoma não se refere a uma entidade patológica única, mas sim a um conjunto heterogêneo de doenças que têm em comum a ocorrência lesões de fibras do nervo óptico associadas a alterações características do campo visual, tendo como principal causa o aumento da pressão intraocular. Trata-se da primeira causa de cegueira irreversível no mundo”, explicou o especialista.
O glaucoma pode ser classificado de diversas formas. Segundo o oftalmologista, existe o glaucoma primário, quando não está associado a outras doenças oculares ou sistêmicas conhecidas, glaucoma secundário, que ocorre decorrente de uma outra patologia. Tem o glaucoma agudo, que inicia de forma súbita, o glaucoma crônico que ocorre de maneira insidiosa com elevação gradual e duradoura da pressão intraocular.
Ainda segundo o médico, anatomicamente a doença pode ser dividida de acordo com a conformação do local por onde o líquido que preenche o globo ocular (humor aquoso) é drenado, em glaucoma de ângulo aberto ou glaucoma de ângulo fechado. A forma mais conhecida é o glaucoma primário de ângulo aberto.
“O glaucoma agudo geralmente apresenta um quadro rico em sinais e sintomas. Seu diagnóstico é eminentemente clínico. Um quadro súbito de dor, vermelhidão, visão borrada e percepção de halos coloridos em volta das luzes, são sinais. O glaucoma agudo constitui uma emergência oftalmológica devido ao fato da elevação da pressão intraocular poder atingir níveis capazes de danificar definitivamente o nervo óptico, tendo inclusive, o risco de perda irrecuperável da visão em um período de algumas horas”, alertou.
O glaucoma crônico pode ser difícil de ser diagnosticado, principalmente nos estágios iniciais, já que é uma doença silenciosa, sem sintomas oculares ou turvação da visão. O médico especialista destaca a importância das consultas de rotina, ocasião em que a pressão intraocular é medida e realizado o exame de fundo de olho. Caso haja a suspeita da doença, o médico solicita exames complementares necessários para fechar o diagnóstico.
O oftalmologista Leonardo Montenegro revela que todo tratamento se baseia no controle da pressão intraocular, levando em consideração cada tipo de glaucoma. O tratamento pode ser feito com uso de colírios hipotensores. A medicação pode ser com uma droga isolada ou através de associação de drogas para que se atinja uma pressão considerada segura para cada caso. Há como controlar a pressão intraocular com utilização de lasers e, nos casos mais graves, é necessário tratamento cirúrgico.
“A falta de diagnóstico e/ou a demora na instituição de um tratamento adequado impactarão decisivamente na evolução do glaucoma. Caso a elevação da pressão intraocular, que é o principal agente causador da agressão, não seja controlada, haverá uma perda progressiva das fibras do nervo óptico e consequentemente, na perda em graus variados, da função visual. No glaucoma, o objetivo do tratamento (clínico ou cirúrgico) é a preservação da função visual presente no momento do início do tratamento, ou seja, não existe recuperação das perdas, uma vez que elas ocorram”, frisou o especialista.













