Obra da primeira juíza negra do país é lançada em Alagoas
Dezenas de pessoas acompanharam o evento, no estande da Esmal na Bienal
Obra de magistrada convida à reflexão sobre a história dos afro-descendentes no país Caio Loureiro
A noite da última quinta-feira (05) no estande da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal) na IV Bienal do Livro foi marcada pelo lançamento do livro “O Negro no Século XXI”, da juíza baiana Luislinda Dias de Valois Santos, primeira magistrada negra do país. Magistrados e servidores do Poder Judiciário alagoano, integrantes de movimentos afro do Estado e admiradores da literatura brasileira acompanharam o lançamento da obra, que registra situações de preconceito e a difícil realidade dos afro-descendentes no Brasil.
“Esse livro é, ao mesmo tempo, uma missão e um desabafo. Nasceu em um momento difícil de minha vida em que pude, mais uma vez, sentir na pele o preconceito, tão velado em nossa sociedade”, declarou a magistrada. Na obra, com o discernimento de quem conhece profundamente suas origens, a magistrada convida o leitor a redescobrir a história dos afro-descendentes no país.
Dividido em 18 capítulos, o livro é um avocar para uma reflexão sobre o retorno que a sociedade tem dado ao povo negro, em vista de sua contribuição social, econômica e cultural, ao longo dos séculos. Resultado de ampla pesquisa, lazer, educação, cultura e esporte são outros aspectos abordados na ótica de quem enxerga e convive com o preconceito cotidianamente.
“Quis mostrar à sociedade que pouco mudou na vida do afro-descendente aqui no Brasil. Infelizmente, muitas pessoas têm uma percepção camuflada”, afirma a juíza Luislinda Santos.













