Febre oropouche: infectologista do TJAL orienta servidores sobre prevenção e tratamento
Médica Astéria Moreira explicou sobre a evolução na gravidade da doença
A febre oropouche é uma enfermidade viral transmitida pelo mosquito Culicoides paraenses, mais conhecido como maruim. O Ministério da Saúde, confirmou as primeiras mortes ocasionadas pela doença no Brasil. Foi constatado também um aumento de casos no país.
Por esse motivo, o Departamento de Saúde e Qualidade de Vida (DSQV) do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) traz detalhes sobre o tema com finalidade de alertar e informar os servidores.
A médica infectologista do TJAL, Astéria Moreira, esclareceu que a doença pode ser transmitida de duas formas: a silvestre e a urbana. Na silvestre, os contaminados são animais como macacos e bicho-preguiça, já na urbana os humanos são os principais infectados.
Sintomas e diagnóstico
A infectologista explicou que a febre oropouche se assemelha com as demais doenças virais, como dengue, zika e chikungunya. O diferencial está, principalmente, no modo de evolução do quadro.
Os sintomas, assim como nas demais, envolvem dores musculares, nas articulações, febre e náusea, podendo gerar também fotofobia, sensibilidade à luz, assim como na dengue. A febre não causa manchas na pele e pode provocar diarreia em alguns enfermos.
A médica destaca que, apesar dos recentes casos de morte pela febre, não é comum que o quadro se agrave. Há, no entanto, casos em que a doença evolui para meningite viral.
"No mundo, nunca tinham sido descritas mortes pela febre. Mas esse ano foram comprovados dois casos na Bahia", afirmou a médica, destacando que possivelmente mais um caso de morte pela doença será confirmado em Pernambuco.
Entre as situações de risco, a profissional esclarece que alguns estudos já estão sendo feitos e comprovam que a febre pode estar relacionada com a má formação fetal, em gestantes. Além das grávidas, os grupos mais vulneráveis como idosos e pessoas com comorbidades também devem ficar atentos.
Astéria Moreira ressaltou que, clinicamente, é difícil identificar a febre oropouche e diferenciá-la das outras. Contudo, o exame epidemiológico, o de sangue, PCR, nos três primeiros dias de sintoma, e o sorológico, após sete dias, podem detectar a doença.
Prevenção e tratamento
A prevenção, assim como nas demais doenças transmitidas por mosquitos, está nos cuidados individuais, como no uso de repelentes. A infectologista ressalta que os maruins possuem local específico de reprodução e horário de alimentação.
"O maruim se reproduz em locais com lagos e vegetação e costumam se alimentar a partir do fim da tarde, de noite e de madrugada, no restante do dia ele se resguarda. Por isso, o ideal seria evitar estar ao ar livre nestes horários apontados".
As medidas em relação ao tratamento são semelhantes às necessárias nas doenças virais. A médica afirmou que o recomendado para restabelecer a saúde é o repouso, a ingestão de líquidos e o uso de analgésicos.
Em casos graves, o recomendado para o tratamento é a internação, para que haja um acompanhamento com o profissional indicado.
Curiosidades
A febre oropouche foi descoberta em 1955, nas Américas, no país Trindade e Tobago. No Brasil, a doença foi detectada pela primeira vez em 1960 em um bicho-preguiça, na construção da rodovia Belém-Brasília.
Inicialmente, os casos dessa febre no país eram mais encontrados na Amazônia, pela transmissão silvestre. Mas no decorrer dos anos percebeu-se que, assim como a febre amarela, esta enfermidade carrega o risco de se tornar uma epidemia.
Devido a isto, a febre oropouche é uma doença de notificação compulsória, ou seja, sempre que houver casos da enfermidade, o Ministério da Saúde precisa ser notificado para monitoramento.
Carol Neves - Dicom TJAL
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