Esmal 07/10/2010 - 16:12:45
TJ/AL convoca magistrados para participar de palestras em escolas
CNJ e TJ/AL convocam palestrantes voluntários para falar sobre Bullying e violência nas escolas

Violência nas escolas será tema de palestras Violência nas escolas será tema de palestras

     Por recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas e diretora-geral da Escola Superior da Magistratura, desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento convoca os magistrados alagoanos para participar da programação da Semana do Juiz na Escola , que este ano terá como tema o "Bullying" - violência física ou psicológica intencional e repetida contra pessoas incapazes de se defender.

     De acordo com o CNJ, a programação da semana deverá ocorrer no período de 18 a 22 de outubro, em todos os estados brasileiros.

     A iniciativa, que é parte integrante do Projeto Justiça na Escola, promovida pelo CNJ, com apoio de entidades representativas da classe da magistratura, contará com a parceria do Poder Judiciário e do Programa Justiça e Cidadania na Escola, coordenado pela Esmal.

     "Magistrados das Varas de Infância e Juventude podem se inscrever junto ao Programa Cidadania e Justiça na Escola para participar da programação, que deverá contemplar as instituições de ensino parceiras do PCJE em Alagoas", explicou a juíza Coordenadora de Projetos Especiais Esmal, Maria de Fátima Pirauá. Os juízes voluntários poderão contribuir com a iniciativa do CNJ fazendo palestras ou participando de reunões com estudantes nas escolas.

     Voluntários são bem vindos!

     Além de atender a uma solicitação do CNJ e a convocação feita pela presidente do TJ/AL, a participação dos magistrados na programação especial poderá revelar outros voluntários, não apenas os juízes especialistas das áreas da Infância e Juventude.

     Segundo Fátima Pirauá, a iniciativa é aberta a todos os magistrados alagoanos que queiram contribuir com a formação de crianças e adolescentes na promoção de uma cultura de paz.

     "Esse convite tem o objetivo de aproximar as insitutições do Judiciário e da Educação para uma atuação conjunta, visando a abordagem de temas como o bullying, a violência escolar, o combate às drogas e a evasão escolar", informou a magistrada.

     Como se inscrever

     Os juízes que queiram participar da programação da Semana do Juiz na Escola, devem confirmar intenção se inscrevendo pelo telefone: 2126 5353, das 14h às 17h, junto a equipe do Programa Cidadania e Justiça na Escola.

     Após a realização da semana, todos deverão encaminhar relatórios num prazo de 30 dias, informando à Presidência do TJ/AL sobre a experiência compartilhada. Os realtos vão compor um diagnóstico tabulado pelo CNJ a respeito da iniciativa.

     O que é o Bullying

     Bullying é uma situação que se caracteriza por atos agressivos verbais ou físicos de maneira repetitiva por parte de um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo inglês refere-se ao verbo "ameaçar, intimidar". A versão digital desse tipo de comportamento é chamada de cyberbullying, quando as ameaças são propagadas pelo meio virtual.

     Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas. E todo ambiente escolar pode apresentar esse problema. "A escola que afirma não ter bullying ou não sabe o que é ou está negando sua existência", diz o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que estuda o problema há nove anos.

     Segundo o médico, o papel da escola começa em admitir que é um local passível de bullying, informar professores e alunos sobre o que é e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática - prevenir é o melhor remédio. O papel dos professores também é fundamental. Eles podem identificar os atores do bullying - agressores e vítimas. "O agressor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação familiar onde tudo se resolve pela violência verbal ou física e ele reproduz isso no ambiente escolar", explica o especialista. Já a vítima costuma ser uma criança com baixa autoestima e retraída tanto na escola quanto no lar. "Por essas características, é difícil esse jovem conseguir reagir", afirma Lauro. Aí é que entra a questão da repetição no bullying, pois se o aluno reage, a tendência é que a provocação cesse.

      Claro que não se pode banir as brincadeiras entre colegas no ambiente escolar. O que a escola precisa é distinguir o limiar entre uma piada aceitável e uma agressão. "Isso não é tão difícil como parece. Basta que o professor se coloque no lugar da vítima. O apelido é engraçado? Mas como eu me sentiria se fosse chamado assim?", orienta o médico. Ao perceber o bullying, o professor deve corrigir o aluno. E em casos de violência física, a escola deve tomar as medidas devidas, sempre envolvendo os pais.