Literatura e exposição fotográfica na Semana da Consciência Negra
Jornalistas e escritores apresentam seus trabalhos abordando aspectos da cultura africana
Livro "O Diário de Dandara" será lançado na Semana da Consciência Negra da Esmal Divulgação
No próximo dia 16 de novembro, quando a Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal) abre as comemorações de sua Semana Esmal da Consciência Negra , o maceioense poderá conferir incríveis imagens da Serra da Barriga e conhecer histórias que contam um pouco da trajetória dos povos remanescentes quilombolas alagoanos. A mostra fotográfica “Tambores de Palmares” reúne 27 fotos da dupla de fotógrafos Marco Antônio e Cleide Oliveira e é um dos destaques dos quatro dias de programação do evento.
Amigos de longa data, ex-colegas de redação e companheiros de profissão no exercício diário do jornalismo, Marco e Cleide compartilham a experiência de dividir uma exposição fotográfica que revela cenas quilombolas. O convite foi feito pelo Programa Esmal Cultural para marcar as homenagens ao mês em que Alagoas reverencia a cultura africana.
A Mostra estará aberta à visitação pública na sala de vidro do Memorial Esmal, a partir das 19h. Enquanto os fotógrafos recebem os convidados para conferir as imagens da exposição, as autoras Claudia Lins e Elis Lopes e o ilustrador Pedro Lucena aproveitam para lançar o livro “O Diário de Dandara”, título infanto-juvenil inspirado na literatura afro-brasileira.
Literatura africana e inclusão social
Resultado de um projeto de inclusão social desenvolvido pela ONG Instituto Baobá, o livro O Diário de Dandara é o relato ficcional de uma adolescente alagoana que se descobre diante das memórias de seus antepassados das realezas Banto e Iorubá, povos trazidos da África para viver a escravidão no Brasil.
Produzido e editado pelo Selo Passarada de Literatura Infanto-Juvenil independente de Alagoas, o livro de 68 páginas foi patrocinado pelo Fundo de Desenvolvimento Social Ellas , como parte de um projeto de inclusão trabalhado com 20 adolescentes em situação de risco, moradoras do conjunto Selma Bandeira.
Escrito em parceria pela jornalista e autora infantil Claudia Lins e a socióloga Elis Lopes, o livro conta a história de Dandara, que aos 13 anos, descobre tesouros e lendas africanas mergulhando nas memórias da cultura de seus antepassados.
Ao receber a visita da bisavó quilombola, que se muda do interior de Alagoas para viver uns tempos com a família em Maceió, Dandara conhece fascinantes segredos adormecidos na arca da bisa, um baú de madeira que guarda histórias de gerações. “Remexendo a arca da bisavó, a adolescente se surpreenderá com relíquias e tesouros africanos que contam a trajetória daqueles que ajudaram a povoar o Brasil”, contam as autoras.
O livro também revela lendas surpreendentes como a história do Baobá da Ponta Verde, árvore sagrada que simboliza a religiosidade africana e está plantada no coração da cidade de Maceió, há mais de duas décadas. “Queríamos contar para as meninas e meninos desse Brasil histórias de rainhas e princesas e de toda uma realeza que foi trazida do continente africano para que eles soubessem que também descendem dessa realeza”, explicam Claudia e Elis.
Muito além de ser um conto de fadas africano, O Diário de Dandara é um mergulho na beleza e na diversidade cultural africana, traduzida com muita criatividade e colorido expressivo pelo ilustrador Pedro Lucena. As imagens do livro formam um mosaico que traduz as riquezas africanas tão presentes em nossa cultura popular brasileira.
O quê?: Mostra Fotográfica Tambores de Palmares
Noite de autógrafos do livro “O Diário de Dandara”
Quando: 16 de novembro
Onde: Escola Superior da Magistratura – Esmal – Rua Cônego Machado 1061 Farol
Entrada Franca - *Livros estarão à venda durante toda programação da semana de 16 a 19 de novembro
