“Consciência negra é todo dia: ela é anual, é eterna, é visceral”
Com o show Tecnomacumba, a cantora Rita Ribeiro encerrou a Semana Esmal da Consciência Negra
A cantora Rita Ribeiro emocionou o público durante o encerramento do evento Caio Loureiro
Um público entusiasmado tomou conta do estacionamento da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), na última sexta-feira (19), para cantar, dançar e homenagear a cultura afro-brasileira junto com a cantora maranhense Rita Ribeiro, que apresentou seu show Tecnomacumba aos alagoanos. O evento encerrou a Semana Esmal da Consciência Negra, que durante quatro dias recebeu músicos, poetas, magistrados, fotógrafos e escritores que apreciaram a luta e a conquista dos negros no Brasil.
A artista agradeceu o apoio da presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento, parabenizando-a pela iniciativa ao proporcionar eventos culturais e gratuitos à sociedade alagoana em comemoração ao Dia da Consciência Negra. Na oportunidade, relembrou a miscigenação do povo brasileiro, sempre exaltando a contribuição dos negros para a formação do nosso povo. “Nós estamos na Semana da Consciência Negra. Consciência negra é todo dia, é anual, é eterno, é visceral. Somos negros, somos índios, somos brancos: somos a real mistura brasileira”, finalizou, desejando muito “axé” ao público.
A desembargadora-presidente Elisabeth Carvalho Nascimento, que também é diretora da Esmal, avaliou de forma muito positiva a semana de homenagens ao Dia da Consciência Negra. “Foi uma experiência muito interessante, porque houve essa interação mais uma vez entre o Poder Judiciário com a população, que veio até aqui para celebrar as vitórias da raça negra até os dias de hoje. Além de ser um grande incentivo para que continuem lutando e, cada vez mais, tenham seu devido reconhecimento”, ressaltou.
O espetáculo
Fruto de uma intervenção cultural e de várias experiências por terreiros de umbandas do país, o show Tecnomacumba se compõe através de uma mistura entre tambores, guitarras e baterias aliados às cantigas, pontos e rezas das religiões afro-brasileiras. Cheia de personalidade e dona de uma voz explosiva, a incansável Rita Ribeiro emanou sua energia a todos os presentes: magistrados, servidores da Justiça e fãs. As canções “Cavaleiro de Aruanda” (Tony Osanah), “Oração ao tempo” (Caetano Veloso) e “Deusa dos Orixás” (Clara Nunes) levaram ainda mais emoção para a plateia.
As centenas de pessoas que assistiram ao espetáculo foram contagiadas com a força da musicalidade e com a performance da cantora maranhense no palco, acolhendo o culto e o ritual da cultura africana. Nos outros dias de homenagens, a Esmal também contou com a casa lotada, repleta de adoradores da arte e da cultura, que prestigiaram shows como o da cantora Zezé Motta e da Orquestra dos Tambores de Alagoas, bem como recitais, mostra fotográfica, lançamento de livro e palestras.
“Me sinto privilegiado por participar de um evento como esse que o Poder Judiciário está ofertando a toda sociedade alagoana. Resgatar o movimento, a conscientização para a história afro-brasileira é extremamente importante para gente, enquanto cidadão, enquanto alagoano. Somos parte fundamental dessa história, através de Zumbi dos Palmares”, afirmou o ator Henrique Rocha Floris.













