Geral 25/11/2010 - 20:02:01
Mutirão carcerário reavalia situação de três mil presos no Estado
TJ e CNJ estudam alternativas para melhorar as condições do sistema penitenciário em Alagoas

Autoridades participam da solenidade de encerramento do mutirão carcerário Autoridades participam da solenidade de encerramento do mutirão carcerário Caio Loureiro (DICOM TJ/AL)

     Três mil processos analisados em um mês. Esse foi o resultado do segundo mutirão carcerário realizado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), em parceria com Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os números da ação foram apresentados, nesta quinta-feira (25), a magistrados, representantes do Ministério Público Estadual (MPE), Defensoria Pública do Estado, Intendência-geral do Sistema Penitenciário (Igesp) e servidores da Justiça.

     A iniciativa não só avaliou a situação dos detentos, como também de todo o sistema prisional do Estado. De acordo com o relatório apresentado, mais de 2 mil presos provisórios tiveram a situação reavaliada e 231 foram liberados. Dos 903 presos sentenciados, 220 foram beneficiados. Segundo o relatório, das 80 Varas Criminais do Estado, 10 apresentam sobrecarga de demanda, devido ao índice de 60% dos presos provisórios estarem nessas unidades.

     O presidente em exercício do TJ/AL, desembargador Pedro Augusto Mendonça de Araújo, avaliou como importante a participação dos juízes do CNJ para um diagnóstico do sistema prisional no Estado. “Agradeço ao CNJ pelo trabalho realizado no mutirão. A situação carcerária do Estado é uma preocupação permanente do Tribunal. O Poder Judiciário alagoano está disposto a acatar as propostas feitas a partir desses levantamentos”, afirmou.

     Para o juiz do CNJ, Douglas de Melo Martins, a principal vantagem do mutirão foi a análise do sistema prisional. “Atualmente um preso custa aproximadamente 2 mil reais para o Judiciário. O mutirão gera vantagens para todos, pois o bom funcionamento do Poder Judiciário serve para impedir a impunidade”.

     Propostas

     A partir das avaliações foram sugeridas ações para otimizar os trabalhos desenvolvidos pelos Poderes Judiciário e Executivo. Para o Executivo foi proposta a reinstalação do regime semiaberto, a reativação de celas do complexo prisional e a construção de novas unidades prisionais. O aumento do número de servidores e a instalação do Programa Integrar nas Varas de Execuções Penais, foram alternativas sugeridas ao Poder Judiciário.

     O coordenador do mutirão em Alagoas, juiz Domingos Araújo de Lima Neto, reafirmou a importância do mutirão carcerário e a necessidade da implantação das medidas sugeridas pelo CNJ para o avanço dos trabalhos realizados pelo Poder Judiciário. “O mutirão traçou um diagnóstico. Agora começam, efetivamente, as ações para melhorar a situação dos presos no Estado”, ressaltou.