Cantora se rende à palavra falada em espetáculo realizado na última quarta Caio Loureiro

     Uma plateia entusiasmada compareceu ao Teatro Deodoro para assistir ao espetáculo “Bethânia e as Palavras”, apresentado na noite da última quarta-feira (26). Na ocasião, a consagrada artista brasileira Maria Bethânia recitou poemas de diversos escritores da língua portuguesa, pontuando com trechos de canções de artistas clássicos e modernos. O evento foi promovido pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) em parceria com Governo do Estado e Prefeitura de Maceió.

     A presidente do TJ/AL e diretora da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento, se emocionou ao discursar sobre a importância da cultura no cotidiano da sociedade. “A cultura tem o poder de transformar o ser humano para melhor e, ao mesmo tempo, tornar a vida humana possível no mundo. Quem procura ler bons livros, ver bons filmes e ouvir boas músicas, por exemplo, torna-se apto a entender o equilíbrio fascinante de um passarinho que pousa num fio: nem pende para frente nem para trás”, comparou.

     Elisabeth Carvalho falou ainda sobre o fim de sua gestão (biênio 2009/2010) frente à Presidência do TJ/AL, que ficou conhecida por valorizar a promoção cultural no Estado. “Tenho consciência que fiz o meu melhor ao trazer momentos culturais para o Judiciário alagoano e à sociedade em geral, pois acredito que boas práticas culturais não devem estar dissociadas da Justiça”, avaliou.

     Ao iniciar o espetáculo, a intérprete Maria Bethânia elogiou o comprometimento da desembargadora-presidente com a fomentação da cultura. “Gostaria de parabenizar a desembargadora Elisabeth Carvalho pelas lindas palavras proferidas em seu discurso ao reconhecer o papel transformador que a cultura desenvolve na vida de cada um de nós”, declarou.

     O espetáculo

     Quem conhece o trabalho de Maria Bethânia, sabe que a poesia sempre esteve presente em seus shows. Com o projeto “Bethânia e as Palavras”, a cantora se rende à palavra falada e recita de maneira pessoal poetas e escritores da língua portuguesa de diferentes gerações, como Fernando Pessoa, Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, entre outros.

     E como música também é poesia, ela intercalou as palavras faladas com trechos de canções como ABC do Sertão (Luiz Gonzaga), Romaria (Renato Teixeira), Último Pau de Arara (J.Guimarães/Venâncio/Corumbá), Estranha Forma De Vida (Amália Rodrigues), Marinheiro Só (domínio público/adaptação Caetano Veloso), Dança da Solidão (Paulinho da Viola) e Menino de Jaçanã (Luis Vieira/Arnaldo Passos).

     Recentemente, a artista recebeu a medalha da Ordem do Desassossego pelo trabalho realizado em prol da divulgação da obra do escritor Fernando Pessoa, tornando-se uma das maiores propagadoras do legado do escritor português no Brasil.