Especial 05/05/2011 - 18:29:05
Bandeira Rios é empossado solenemente no Tribunal de Justiça
Após 34 anos na magistratura, desembargador chegou ao cargo pelo critério de antiguidade

Desembargador Bandeira Rios no momento de seu discurso na solenidade de posse Desembargador Bandeira Rios no momento de seu discurso na solenidade de posse Caio Loureiro (Dicom - TJ/AL)

     “O que fiz até o presente momento, espero ter feito com todo o empenho e altivez, fruto de toda uma vida voltada para os interesses maiores do nosso Poder Judiciário”. Foi com estas palavras que o desembargador Edivaldo Bandeira Rios iniciou seu discurso, na tarde desta quinta-feira (05), no auditório do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), durante o evento solene de sua posse.

     Ainda no início de seu pronunciamento, o desembargador Bandeira Rios comemorou sua ascensão à Corte de Justiça, pelo critério de antiguidade, após 34 anos e 3 meses atuando como magistrado em Alagoas, sendo 18 destes anos na terceira entrância. O novo integrante do TJ ainda falou sobre a responsabilidade de substituir o desembargador Mário Casado Ramalho no cargo de desembargador.

     “Substituir o desembargador Mário Casado é uma responsabilidade muito grande, mas, dentro das minhas limitações, procurarei corresponder com altivez, serenidade, honradez e dentro do que determina a boa ética, elevar também o bom nome deste Egrégio Tribunal”, evidenciou.

     O desembargador destacou em suas palavras o apoio irrestrito que recebeu de seus familiares e amigos que o deram forças para ultrapassar os obstáculos profissionais e evitaram que ele solicitasse sua aposentadoria. Bandeira Rios afirmou estar disposto a contribuir com a Justiça da mesma maneira que iniciou a carreira, só que com mais experiência e discernimento.

      Trajetória na magistratura

     Ao longo de seu discurso, a o desembargador Bandeira Rios ainda narrou sua trajetória profissional, desde quando prestou vestibular para o curso de Direito e foi aprovado, no ano de 1964, o momento de sua graduação, em 1968, sua aprovação e nomeação para o cargo de juiz de Direito (1976), e momentos vividos em todas as comarcas em que atuou, sendo elas Piranhas (76), Major Izidoro (78), Anadia (80), Porto de Pedras (86), São Miguel dos Campos (87) e Maceió (92).

     A importância dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais (JECC) foi bastante comentada pelo desembargador Bandeira Rios, que afirmou que as unidades judiciárias resgatam a credibilidade do Judiciário perante a população, fazendo renascer especialmente nas camadas mais carentes, a confiança na Justiça e o sentimento de que o direito deve sempre ser defendido.

     “Hoje, os Juizados Especiais tornaram-se uma realidade nacional e os juízes que lidam nessa área são cônscios de suas obrigações, demonstrando de modo brilhante que essa nova modalidade de fazer justiça tem tido o apoio das comunidades mais carentes, principalmente quando se trata das relações de consumo”, enfatizou

      “A responsabilidade agora será maior”

     “Vemos que a caminhada tem sido longa e que daqui pra frente a responsabilidade será maior, não em termos de volume de serviços, mas, na tarefa de analisar e rever os julgamentos das sentenças ou decisões de 1º grau, quando aquelas forem submetidas em grau de recursos, ou julgar ações originárias deste Tribunal”, disse Bandeira Rios.

     O desembargador considerou ainda que a missão de julgador de 1ª instância é muito mais difícil do que a do julgador de 2ª instância ou de instância superior, pela falta de estrutura e de recursos humanos, que fazem com que os processos não tenham a celeridade desejada pela legislação e cobrada pelos órgãos superiores, como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

     “Todos os magistrados de carreira sabem disso e imaginar de modo diverso é não aceitar a realidade. Quando cônscios de seus deveres, nós magistrados devemos exercer o nosso munus como um sacerdócio, pois nos sacrificamos e sacrificamos também as nossas famílias, para bem atender aos jurisdicionados, a qualquer hora do dia ou da noite, com lhaneza, lealdade e imparcialidade”, concluiu Bandeira Rios.

     A importância do juiz residir na comarca que atua, o número insuficiente de magistrados diante do crescente número de ações impetradas no Judiciário diariamente, a elaboração de estudos com a finalidade de distribuir melhor o aparelho judiciário, melhorando a prestação jurisdicional e os esforços incansáveis dos servidores da Justiça estadual também foram mencionados pelo desembargador em seu pronunciamento.

      Atenção aos jurisdicionados indistintamente

     Finalizando suas palavras, Bandeira Rios ressaltou que em toda a sua trajetória como magistrado sempre procurou atender a todos, indistintamente, a qualquer hora, fato que provavelmente não tenha agradado a todos, especialmente aqueles que não viam seus interesses atendidos. “Minha missão sempre foi e será tida como um verdadeiro sacerdócio, procurando agir com independência, serenidade e imparcialidade, requisitos esses inerentes ao exercício do cargo de magistrado”, completou.

     O desembargador Bandeira Rios finalizou seu discurso ressaltando que “hoje é um dia dos mais belos da minha vida, considerando que, vários outros se tornaram também belos e aqui posso delineá-los, a saber: o dia do meu matrimônio e o nascimento de meus filhos e netos”.

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     Flávia Gomes de Barros

     Dicom TJ/AL