Territorialidade e corrupção dificultam ações do Estado
Ministro Nelson Jobim adverte que UPPs não são uma fórmula mágica de combate ao tráfico
Ministro Nelson Jobim fez uma incursão histórica sobre defesa das nações sulamericanas Caio Loureiro (Dicom - TJ/AL)
O ministro de Estado da Defesa, Nelson Jobim, palestrante no Seminário Nacional “Poder Judiciário e Segurança Pública”, apontou a territorialização do tráfico de drogas e contaminação das instituições policiais e políticas do Estado pelo crime organizado como os principais fatores que dificultam as ações no campo da segurança pública. Discorrendo sobre “A Participação das Forças Armadas na garantia da Lei e da Ordem”, Jobim ressaltou o trabalho das unidades de polícia pacificadora instaladas em comunidades do Rio de Janeiro.
Segundo ele, a instalação das chamadas UPPs nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, é uma ação inovadora no combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado, mas não representa a solução definitiva para o problema. “As UPPs não significam o fim do tráfico de drogas, mas o fim do trafico de drogas no estilo 'medieval'. Do ponto de vista da paz social as UPPs representam um avanço significativo, mas não são uma 'solução mágica'”, declarou o ministro, destacando o esforço de todas as instituições envolvidas no restabelecimento do controle, pelo Estado, daquelas áreas cariocas atingidas pelo tráfico.
Jobim afirmou ainda que a redução da violência e do tráfico de drogas só é possível com a participação de outras estruturas do Estado, capazes de gerar renda para que essas pessoas não enveredem pelo submundo do crime.
Forças Armadas
O ministro da Defesa fez ainda uma incursão histórica acerca de assuntos ligados à defesa e segurança das nações sulamericanas até a consolidação dos Estados do continente, abordando diversos aspectos influenciadores desse processo, como a fragmentação de poderes, desconfiança das autoridades políticas e extensão territorial. Dentro desse contexto, Nelson Jobim mencionou a Guerra do Paraguai, no século XIX, como fundamental ao fortalecimento das Forças Armadas, em especial do Exército Brasileiro.
Reportando-se ao início do período democrático no País, o ministro Jobim recordou de sua época de constituinte, para salientar a evolução das discussões de temas como defesa e segurança pública na atualidade. “Defesa e segurança eram algo que lembrava a repressão política no início do regime democrático, devido ao que ficou no nosso imaginário de anos anteriores”, disse Jobim, enaltecendo a iniciativa dos debates propostos no seminário.
Os trabalhos do Seminário Nacional “Poder Judiciário e Segurança Pública” prosseguem durante todo o dia, no plenário do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).













