“Caiu, levante-se! Tentou, não deu certo? Tente outra vez”, orienta Coen
Monja proferiu palestra no TJ/AL, na manhã desta quinta (20), em homenagem ao Dia do Servidor
Monja Coen Sensei, durante palestra no plenário do Tribunal de Justiça de Alagoas Caio Loureiro (Dicom - TJ/AL)
Sentados na parte da frente da cadeira, com os pés alinhados, o corpo reto para alinhar as vértebras, as mãos na posição mudra cósmico, os olhos entreabertos e observando a respiração, a plateia reunida no plenário do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) fez uma breve meditação a pedido da Monja Coen Sensei, antes de iniciar a palestra aos servidores na manhã desta quinta-feira (20).
A missionária oficial da tradição Soto Shu - Zen Budismo, com sede no Japão, foi convidada a retornar a Maceió pela desembargadora Elisabeth Carvalho do Nascimento em comemoração ao Dia do Servidor Público. “Ouvir a monja Coen é sempre um engrandecimento espiritual. Trouxemos a missionária mais uma vez para falar aos servidores do Poder Judiciário como presente. Presentando-me eu presenteio a todos.”
A desembargadora agradeceu ao presidente Sebastião Costa por ter cedido o espaço e liberado os servidores durante o evento. Ela também saudou os desembargadores Otávio Leão Praxedes e Alcides Gusmão da Silva, presentes no evento, e os servidores e demais integrantes da comunidade local que prestigiaram as palavras da monja.
Num discurso em tom sereno do começo ao fim, a Monja Coen apresentou ao público ensinamentos para a vida e formas de comportamento que podem tornar a existência em sociedade mais agradável. Nas palavras da Sensei, é bom ter estresse, ter prazos a cumprir, é bom que tenhamos coisas a nos provocar, só assim fazemos com que a vida flua.
“Resmungar, reclamar, não serve para nada, só para nos deixar infelizes, para amargurar nossa vida. Só o que temos pode nos tornar felizes. Sempre estamos no presente e como apreciamos esse momento é o que verdadeiramente importa. Todos somos líderes da nossa vida e daquilo que estamos fazendo”, lembra.
A monja Coen surpreendeu a plateia com a pergunta “Quem foi à praia hoje?” e fez menção ao fato de estarmos desperdiçando um paraíso à nossa disposição. Segundo palavras suas, olhar o mar é uma forma de adquirir sabedoria. Ela lembra também que, se dizemos que a empresa onde trabalhamos não é boa, somos nós que não o somos, porque lá é onde nossa vida está.
“Caiu, levante-se! Tentou, não deu certo? Tente outra vez.”, diz a Sensei em tom encorajador, a fim de incenticar os ouvintes e de despertar neles o desejo de buscar sempre.
“Vamos nos cuidar com ternura, porque cada um é parte do sagrado; e cuidar também do outro, dessa forma, cuidamos do todo.”, finaliza.
Sobre a Monja Coen Sensei
Monja Coen Sensei é missionária oficial da tradição Soto Shu - Zen Budismo com sede no Japão e é a Primaz Fundadora da Comunidade Zen Budista, criada em 2001, com sede em Pacaembu, me São Paulo. Iniciou seus estudos budistas no Zen Center of Los Angeles - ZCLA. Foi ordenada monja em 1983, mesmo ano em que foi para o Japão aonde permaneceu por 12 anos sendo oito dos primeiros anos no Convento Zen Budista de Nagoia, Aichi Senmon Nisodo e Tokubetsu Nisodo. Participou de vários cursos e programas de formação para monges tendo se graduado no mestrado da tradição Soto Shu. Retornou ao Brasil em 1995, e liderou as atividades no Templo Busshinji, bairro da Liberdade, em São Paulo, e sede da tradição Soto Shu para a América do Sul durante seis anos. Foi, em 1997, a primeira mulher e primeira pessoa de origem não japonesa a assumir a Presidência da Federação das Seitas Budistas do Brasil, por um ano. Participa de encontros educacionais, inter religiosos e promove a Caminhada Zen, em parques públicos, com o objetivo de divulgação do princípio da não violência e a criação de culturas de paz, justiça, cura da Terra e de todos os seres vivos. Inspira-se na frase de Mahatma Gandhi: 'Temos que ser a transformação que queremos no mundo'.













