Acusado na morte de irmãs em 2009 vai a julgamento
Réu confessou o crime e afirma ter agido por vingança contra o tio das vítimas
Magistrado Diego Araújo interrogando o réu José Roberto Bezerra da Silva durante sessão. Fonte: Caio Loureiro (Dicom TJ/AL) Caio Loureiro (Dicom TJ/AL)
O juiz Diego Araújo Dantas conduz durante toda a sexta-feira (25), na Faculdade Maurício de Nassau unidade Ponta Verde, o julgamento de José Roberto Bezerra da Silva, acusado de ser o autor do crime de sequestro, atentado violento ao pudor e homicídio contra as irmãs Jaciara do Nascimento e Cassandra da Silva, no ano de 2009, que foram encontradas mortas em um terreno no bairro da Santa Amélia.
De acordo com o depoimento do pai das meninas, Josivan Nascimento dos Santos, o réu foi o último a estar com as crianças no dia do crime, pois havia levado-as para dar a volta no quarteirão de bicicleta, próximo às 16h de 4 de outubro de 2009. O sumiço dos três o fez chamar imediatamente a polícia. Enquanto prestava depoimento na delegacia do bairro da Santa Lúcia, onde morava, teria recebido a ligação com a informação de que o acusado teria retornado à sua casa, às 20h30.
No momento em que se encontraram, José da Silva negou qualquer tipo de ação contra as meninas, afirmando que as havia deixado na casa de uma vizinha próxima. A vizinha negou o fato, o que levou José Roberto Bezerra da Silva a confessar o crime, quatro dias depois, no dia 8 de outubro, e indicar a localização dos corpos das crianças.
Em depoimento durante a sessão de julgamento desta sexta, o pai das vítimas afirmou que o foi comprovado, à época, que o acusado teria abusado sexualmente das crianças, seguido da prática de homicídio através de asfixia. Em entrevista, ele afirmou se sentir arrasado. “Eram tudo o que eu tinha, espero diminuir um pouco a dor, com um resultado justo hoje. No dia 4 deste mês fizeram quatro anos que estou sem minhas filhas”.
Durante o interrogatório em sessão, o acusado afirmou que o ato teria sido motivado por vingança contra o irmão dos pais das vítimas, que o teria chamado para assaltar um imóvel da região, e, tendo José Roberto recusado a oferta, teve um revólver apontado para sua cabeça em que o tio das crianças apertou duas vezes o gatilho durante a chamada roleta russa, uma espécie de jogo onde se coloca apenas uma bala no revólver e se arrisca o disparo.
Ainda nesta sexta-feira, os jurados devem decidir pela culpa ou inocência do acusado. Como explica o magistrado Diego Araújo, se não houver tréplica do Ministério Público, o julgamento deve ser encerrado por volta das 17h, caso contrário, deve se estender por mais duas horas. Outros cinco processos também estão sendo julgados no Mutirão.
