Esmal 19/05/2016 - 19:36:24
Violência sexual é discutida com pais de alunos da Escola Frei Damião
Magistrada Marina Gurgel destacou os principais canais de denúncia contra esse tipo de crime; antes da palestra, estudantes participaram de atividades lúdicas sobre o assunto

Juízes Hélio Pinheiro e Marinha Gurgel orientaram pais e alunos durante esta quinta (19). Foto: Anderson Moreira Juízes Hélio Pinheiro e Marinha Gurgel orientaram pais e alunos durante esta quinta (19). Foto: Anderson Moreira
Violência sexual é discutida com pais de alunos da Escola Frei Damião
Entrevista: Advogado fala sobre abuso e exploração sexual

    Em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual, celebrado em 18 de maio, a Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), por meio do Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE), promoveu nesta quinta-feira (19) palestra para cerca de 70 pais de alunos da Escola Municipal Frei Damião, localizada no bairro Benedito Bentes II. Antes da palestra, estudantes participaram de atividades lúdicas sobre o tema.

    O juiz Hélio Pinheiro Pinto, coordenador do programa, e a magistrada Marina Gurgel orientaram pais e alunos e esclareceram dúvidas sobre o assunto. A juíza Marina Gurgel destacou a importância social do magistrado na garantia da cidadania e o dever de informar a comunidade sobre como ela pode manejar as ferramentas disponíveis para combater a violência sexual. Ela apontou os principais canais de denúncias e como eles funcionam. 

    “As vezes, por falta de informação, as pessoas deixam de recorrer aos órgãos competentes. Nós temos o Conselho Tutelar que já é conhecido na comunidade, mas poucos ainda acessam. Temos a Promotoria de Justiça, as delegacias especializadas no combate a crimes praticados contra crianças e adolescentes, o Disque 100, que é um canal gratuito disponibilizado pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos da Presidência da República, e temos o aplicativo para celular 'Proteja Brasil', desenvolvido por alagoanos, premiado pelo Unicef, no qual dá para fazer as denúncias pelo próprio celular”, explicou.

    Após assistir à palestra, Jerlândia da Silva Leão, de 33 anos, contou haver sofrido abuso sexual aos dez anos de idade e disse que não teve o apoio necessário para dar andamento à denúncia contra o padrasto. Ela destacou que, em casos como esse, tomaria todas as providências possíveis para proteger seus filhos.

    “Eu não iria fazer o que minha mãe fez há anos. Procuraria os direitos dos meus filhos porque não quero nunca que eles passem pelo que eu passei na vida. Se isso acontecer, eu serei a primeira pessoa a denunciar”, disse.

    Mãe de cinco filhos, a dona de casa Maria Rosineide Ferreira, de 44 anos, disse que aprendeu como proceder em casos de abusos sexuais e destacou a importância do apoio da mãe para combater o abuso sexual.  “Tem muitas mães que sabem que o pai está abusando da filha e faz de conta que não vê. Acha que a filha está mentindo, mas quando ela vem dizer alguma coisa é verdade. A criança vai mentir? Se acontecesse com a minha, eu realmente saberia, porque ela iria me contar e eu jamais seria contra a minha filha”, afirmou.


     Estudantes participaram de atividades lúdicas sobre o tema

O coordenador do PCJE, juiz Hélio Pinheiro Pinto, considerou a palestra importante por aproximar Judiciário e sociedade. “O objetivo principal é tirar o juiz e o Judiciário da 'torre de marfim', do encarceramento dos gabinetes, e trazer para perto das comunidades, colaborar com o exercício da cidadania a partir dos alunos e de seus pais. E essa é uma determinação do diretor da Esmal, desembargador Fernando Tourinho, e do presidente do TJ, desembargador Washington Luiz", completou. 


Robertta Farias – Dicom TJ/AL
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